Gilca Morais (Coodes-Sisal), Urbano Carvalho (Sintraf-Coité) e José Silva (Consisal) |
Os integrantes do Comitê Estadual para Ações de
Convivência com a Seca se reuniram durante toda manhã de terça-feira (30), com
prefeitos do Consórcio Público de Desenvolvimento Sustentável do Território do
Sisal (Consisal), presidido pela prefeita de Itiúba, Cecília Petrina (PT). O
encontro foi realizado no auditório da Companhia de Engenharia Ambiental e
Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), no Centro Administrativo da Bahia, em
Salvador e teve inicio com uma hora de atraso por causa de dois acidentes na BR
324, provocando intenso engarrafamento, retardando a chegada dos prefeitos ao evento.
Durante três horas, o secretário estadual da Casa
Civil, Rui Costa, responsável pelo Comitê Estadual, ao lado do secretário
estadual das Relações Institucionais César Lisboa e Desenvolvimento Urbano,
Cícero Monteiro, além das empresas públicas, que atuam na convivência com a
seca, destacaram as ações em curso e as medidas que estão sendo executadas nos
municípios. O secretário executivo do CONSISAL Zé Silva abriu a reunião
apresentando uma extensa pauta de reivindicação.
O território do sisal é composto por vinte
municípios e apenas compareceu a reunião o prefeito de Cansanção, Ranulfo Gomes
(PSD), Candeal, Ribeiro Tavares (PMDB), Serrinha, Osni Cardoso (PT), Valente,
Agnaldo Oliveira Silva (PT), Araci, Maria Edneide, “Nenca” (PSD) Araci,
Lamarão, Arivaldo dos Anjos, “Gordo” (DEM), Queimadas Sérgio Brandão (PT) e os
prefeitos de Biritinga e Barrocas enviaram representantes.
A primeira a usar da palavra, a prefeita Nenca
pediu socorro para resolver o problema d’água, pois está gastando
aproximadamente R$ 150 mil por mês com abastecimento através de carros-pipa e
lamentou está devendo quase R$ 200 mil. “O problema não será resolvido enquanto
todos estiverem sendo olhado por igual. É necessário verificar a dimensão do
problema de cada município”, desabafou a prefeita social democrata. O problema
em Araci, segundo a prefeita é tão grave que está se colocando água para manter
as escolas em funcionamento e, pela necessidade, as pessoas pegam para seu
consumo.
Em Valente, a situação vem se agravando com a
situação do sistema de canalização da adutora, de acordo com informações do
prefeito Agnaldo Oliveira. “Mesmo com a melhoria da qualidade da água da
adutora de São José, os canos quebram constantemente e atualmente vem chegando
à cidade a metade do que é necessária. Esta servindo de gozação este assunto,
pois as tubulações quebram demais”, externou o prefeito.
O prefeito de Candeal, Ribeiro Tavares
(PMDB), disse que os serviços da EMBASA estão deixando a desejar e muitas das
vezes fica 20 dias sem cair água no município e para complicar, exatamente
ontem, secou o último açude que tinha água e “só estava puxando lama”, lamentou
Tavares.
O presidente do SINTRAF, Urbano de Carvalho, que
representou o fórum baiano da agricultura familiar, lembrou que outra
preocupação e motivo de reivindicações dos trabalhadores, é água para os
animais. Segundo o sindicalista, a categoria vem se movimentando para protestar
e chamar das autoridades para o problema.
No final da reunião ficou acertada que o Governo
irá distribuir mais 57.709 mil cestas básicas para famílias em situação de
insegurança alimentar, sendo que 24.800 mil no território do sisal nos
municípios que tiveram seus decretos de emergência reconhecidos pelo governo
federal e que não foram beneficiados com a primeira rodada de distribuição de
alimentos, quando mais de 130 mil famílias foram contempladas. Estas cestas
serão entregues no mês de novembro.
“Nós disponibilizamos um reforço em várias áreas.
Em relação ao abastecimento de água, serão R$ 1,5 milhão para o fornecimento de
água via carro-pipa para estes 20 municípios. O recurso está disponível. É
necessário que os prefeitos tenham agilidade na documentação”, afirmou o
secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, que coordena o comitê.
Além das ações emergenciais, o secretário destacou
as obras hídricas em andamento na região. “O governo está realizando obras
importantes, que resolverão o problema de abastecimento de água na região como
o novo Sistema de Abastecimento de Serrinha (R$ 43 milhões), a implantação do
Sistema de Pedras Altas (R$41 milhões), o Sistema de Ponto Novo (R$46 milhões)
e o projeto Águas do Sertão, um investimento de R$104 milhões”.
O coordenador da COORDEC, Salvador Brito, informou
que atualmente tem recursos no Estado que garante a perfuração e instalação de
pouco mais de 1.200 poços artesianos, tomando como base a demandas. “Um dos
critérios para atendimento é que o município apresente documentação de posse do
terreno onde será feita a obra”, orienta Salvador, pois entende que esse tem
sido um dos grandes entraves nos projetos que as administrações têm que tomar
cuidado.
Na avaliação da prefeita Cecília Petrina, a
participação dos prefeitos e representantes do governo municipal na reunião do
comitê alinhou as medidas em desenvolvimento. “Vamos engajar todos os nossos
prefeitos, no que diz respeito às tarefas de cada um, e buscaremos, com as
empresas públicas, a solução dos entraves, para que a população do nosso
território tenha acesso às políticas de convivência com a seca”.
Ela finalizou dizendo que ficou satisfeita com a
reunião, pois estava presente todo estado e de forma organizado a altura do
problema que está se enfrentando.
Por: Valdemi de Assis/Calilanoticias